Ufa!!
A menos de 1000 metros do final, Denis Menchov caiu. Um grande susto que não foi suficiente para roubar a vitória ao mais regular do Giro.
21 ª Etapa - Por um instante, quase pareceu que o maior dos golpes de teatro poderia estar prestes a acontecer. Depois de mais de 3400 quilómetros sem uma única queda, Denis Menchov caiu no último quilómetro... Apesar da chuva que se sabia ser perigosa, a surpresa foi geral: o líder escorregava em plena recta. De repente, nada fazia sentido - tempos, tácticas, recuperações milagrosas ou trabalho de equipa. Uma simples queda antes da última curva ameaçava roubar a vitória ao único homem que nunca falhara até então.
Tão depressa quanto Menchov demorou a cair, a realização televisiva foi à procura de Di Luca, já na meta. Seria possível? E daria ainda para que Di Luca acabasse por ganhar o Giro no maior volte-face possível de imaginar? A pergunta atravessava Di Luca assim como todos os outros. Mas, rapidamente, Menchov se levantou e correu para a bicicleta. Parecia estar bem. O Russo não sofrera qualquer lesão após o deslize pelo alcatrão. Ainda Menchov não chegara à sua máquina e já um mecânico da Rabobank estava a seu lado com máquina nova pronta para retomar corrida. O primeiro susto passara, mas não totalmente. Os olhos viraram-se para o relógio que não parava de contar...
DI LUCA FAZ MELHOR TEMPO NO 1º PARCIAL
Eram 20, os segundos que separavam os Danilo de Denis, antes dos 14,400 metros finais. Em teoria Denis seria o mais forte. Mas a chuva que caia em Roma lançava algumas dúvidas. Menchov poderia refrear-se para evitar quedas. Di Luca poderia aproveitar. A chuva era um factor equilibrador. E após os primeiros 3,300 metros qualquer coisa de especial parecia poder acontecer: Danilo fazia o melhor tempo e ganhava 5 segundos a Menchov. O Italiano partia para os últimos 11 quilómetros com apenas 15 segundos para recuperar até ao 1º lugar da geral. Seria possível?
MENCHOV REPÕE A ORDEM
O segundo parcial, a meio do percurso, esclarecia a pergunta do parágrafo anterior. Menchov repunha a ordem! Aproveitando a longa recta da Via Cola di Rienzo que conduz as imediações do Vaticano, ganhava tempo a Di Luca. Por isso, não... não ia ser possível. Estava arrumada a classificação geral. Menchov seria primeiro, Di Luca segundo, Pellizotti terceiro. A não ser que...
QUEDA COM A META À VISTA
Desde o dia anterior que Menchov afirmava: "O Giro só termina depois da meta". Palavras de quem sabe e que o próprio terá recordado no momento em que caiu. O relógio contava. Di Luca esperava. Antes da queda, o Russo ia a fazer um tempo fantástico, capaz de bater o melhor até então. Di Luca tinha acabado a etapa a 45 segundos do melhor. Seria suficiente para evitar o volte-face? Havia que fazer contas e depressa. E depressa também se entendeu que, mesmo caindo, Menchov iria terminar à frente de Di Luca. O líder não sofrera quaisquer danos físicos com a queda e a rápida troca de bicicleta minimizara as perdas de tempo. A televisão mostrou então Di Luca: baixou os olhos e fez um sorriso como quem reconhece que seria quase insjusto se, por causa da queda do adversário, tivesse chegado à vitória. Afinal de contas, ele mesmo, havia dado os parabéns ao Russo no dia anterior.
Duas notas mais: Vitória do jovem lituano da Cervelo, Edgaras Konovalovas a frente de Bradley Wiggins. Armstrong ficou longe dos melhores - 53º a mais de um minuto.
Etapa 21
1 Ignatas Konovalovas (Ltu) Cervelo Test Team 18.42 (46.203 km/h)
2 Bradley Wiggins (GBr) Garmin - Slipstream 0.01
3 Edvald Boasson Hagen (Nor) Team Columbia - Highroad 0.07
4 Yaroslav Popovych (Ukr) Astana 0.11
5 Marzio Bruseghin (Ita) Lampre - N.G.C. 0.16
6 Giovanni Visconti (Ita) ISD 0.18
7 Dries Devenyns (Bel) Quick Step 0.20
8 Maarten Tjallingii (Ned) Rabobank 0.21
9 Stefano Garzelli (Ita) Acqua & Sapone - Caffe Mokambo 0.23
10 Denis Menchov (Rus) Rabobank 0.24
11 Janez Brajkovic (Slo) Astana 0.27
12 Marco Pinotti (Ita) Team Columbia - Highroad 0.29
13 Gabriele Bosisio (Ita) LPR Brakes - Farnese Vini 0.30
14 Philippe Gilbert (Bel) Silence-Lotto 0.36
15 Andriy Grivko (Ukr) ISD 0.39
16 Franco Pellizotti (Ita) Liquigas 0.40
17 Danilo Di Luca (Ita) LPR Brakes - Farnese Vini 0.45
18 Ivan Basso (Ita) Liquigas 0.46
19 Tom Stamsnijder (Ned) Rabobank
20 Michael Rogers (Aus) Team Columbia - Highroad 0.49
Stage 21 results: Denis Menchov survives a late crash to win Giro on a treacherous TT course in Rome. What a gladiator.
Stage 21 results
1 Ignatas Konovalovas (Ltu) Cervelo Test Team 18.42
2 Bradley Wiggins (GBr) Garmin - Slipstream 0.01
3 Edvald Boasson Hagen (Nor) Team Columbia - Highroad 0.07
4 Yaroslav Popovych (Ukr) Astana 0.11
5 Marzio Bruseghin (Ita) Lampre - N.G.C. 0.16
6 Giovanni Visconti (Ita) ISD 0.18
7 Dries Devenyns (Bel) Quick Step 0.20
8 Maarten Tjallingii (Ned) Rabobank 0.21
9 Stefano Garzelli (Ita) Acqua & Sapone - Caffe Mokambo 0.23
10 Denis Menchov (Rus) Rabobank 0.24
10 Janez Brajkovic (Slo) Astana 0.27
16 Danilo Di Luca (Ita) LPR Brakes - Farnese Vini 0.45
Final general classification
1 Denis Menchov (Rus) Rabobank 86.03.11
2 Danilo Di Luca (Ita) LPR Brakes - Farnese Vini 0.41
3 Franco Pellizotti (Ita) Liquigas 1.59
4 Carlos Sastre (Spa) Cervelo Test Team 3.46
5 Ivan Basso (Ita) Liquigas 3.59
6 Levi Leipheimer (USA) Astana 5.28
7 Stefano Garzelli (Ita) Acqua & Sapone - Caffe Mokambo 8.43
8 Michael Rogers (Aus) Team Columbia - Highroad 10.01
9 Tadej Valjavec (Slo) AG2R La Mondiale 11.13
10 Marzio Bruseghin (Ita) Lampre - N.G.C. 11.28
http://www.cyclingnews.com/road/2009//giro09/?id=results/giro0921
1 comentário:
Na imagem da queda vê-se bem a expressão das pessoas que viam a prova. Também já vi um vídeo dos colegas da Rabobank que entraram em pânico ao ver a queda nos últimos metros.
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