Dia de protesto
Dia de protesto contra as etapas perigosas. Nas ruas de Milão ganha Cavendish. Tempos neutralizados.
9ª Etapa - A etapa nas ruas de Milão devia ter sido a etapa comemorativa dos 100 anos do Giro. Não deixando de o ser, acabou por ser mais que isso: a etapa do protesto.
O PROTESTO
Desde os primeiros dias desta edição centenária do Giro que os ciclistas se vinham mostrando algo preocupados com a segurança em algumas das estradas escolhidas para o Giro. Finais urbanos, descidas rápidas e perigosas. Lance Armstrong chegou mesmo a dizer que uma corrida de ciclismo não era um Moto GP, em alusão às elevadas velocidades que muitas vezes se registaram em algumas descidas. Ontem, numa dessas descidas caiu Pedro Horrilo. O ciclista espanhol da Rabobank está em estado grave e tem a carreira em risco.
Hoje, o circuito urbano de Milão, junto à Piazza Duomo onde tudo começou há 100 anos, seria propício a quedas, na opinião dos ciclistas. Carros mal estacionados, falta de barreiras para o público, ruas perigosas. Em protesto, os ciclistas decidiram seguir a velocidade reduzida. A situação era estranha e mais estranha ficou quando, à quarta passagem pela meta (11 passagens no total), o pelotão parou. Di Luca, líder da corrida, pediu então o microfone e explicou que o ritmo lento da corrida era, na verdade, um protesto contra as etapas perigosas. A seu lado figuras emblemáticas do pelotão: Voigt, Rogers, Basso e Armstrong.
NEUTRALIZAÇÃO DOS TEMPOS
A ideia do protesto não agradou naturalmente à organização da prova que, no entanto, concordou em fazer uma neutralização dos tempos. Ou seja, a etapa seria corrida, haveria um vencedor, mas não haveria tomada de tempos. O mesmo é dizer que quem não quisesse estar na luta final pelo sprint poderia afastar-se evitando assim os perigos que muitas vezes se correm quando se segue a velocidades elevadas em circuitos citadinos.
VITÓRIA DE CAVENDISH
Chegada a última volta do circuito de Milão eram apenas quarenta os ciclistas na frente da corrida. Duas equipas tentavam levar so seus sprinters a vitória. A Garmin de Tyler Farrar e a Columbia de Cavendish. Notava-se a quase ausencia da LPR que deixou Petacchi à sua sorte.
Na recta final Cavendish acabou por ser mais forte. A luta quase pouco existiu com Farrar e Davies a ficarem a mais de um comprimento do Britânico. Petacchi seria quinto desinteressando-se pelo sprint ainda a 50 metros da meta. Foi a quarta vitória da Team Columbia no Giro de 2009.
HORILLO RECUPERA
Pedro Horillo está a recuperar bem após a queda de 60 metros, ontem. Depois de ter estado em coma induzido, o ciclista espanhol já está novamente consciente mas continua sob prognóstico reservado. Tem fractura exposta do fémur e um pulmão perfurado. A família do ciclista chegou hoje a Itália.
Etapa 9:
1 Mark Cavendish (GBr) Team Columbia - Highroad
2 Allan Davis (Aus) Quick Step
3 Tyler Farrar (USA) Garmin - Slipstream
Class Geral:
Di Luca lidera com 13 segs de vantagem sobre Lovkvist
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