Contador ataca em dia de estreias.
Alberto Contador estabelece a ordem, Feillu ganha a etapa e Nocentini chega à Amarela.
Etapa 7 - Foi a etapa mais longa do Tour. Cerca de 220 quilómetros com chegada ao alto, a mais de 2000 metros de altitude. Dificuldades que não assustaram os muitos que, logo após o tiro de partida em Barcelona tentaram a fuga - sem sucesso, diga-se.
Passaria ainda algum tempo sobre o início da etapa até se formar um grupo na frente da corrida: Egoi Martinez (Euskaltel Euskadi), José Ivan Gutierrez (Caisse d’Epargne), Christophe Riblon (AG2r La Mondiale) Rinaldo Nocentini (AG2r La Mondiale), Aleksandr Kuschynski (Liquigas), Christophe Kern (Cofidis), Jérôme Pineau (Quick Step), Brice Feillu (Agritubel) e Johannes Fröhlinger (Milram). Entre os 9, Nocentini era o mais bem posicionado na geral a uma distância que lhe permitia sonhar com a liderança (3’13’’). Um sonho perfeitamente lícito, tendo em conta que a vantagem concedida pelo pelotão (comandado pela Astana) ultrapassou mesmo os 13 minutos em certas fases da etapa.
10 MINUTOS SERÃO SUFICIENTES?
Com a fuga organizada, no grupo da frente, era Christophe Riblon quem ia somando pontos para a montanha. Riblon depressa chegaria a líder virtual da classificação dos trepadores e, antes do inicio da subida final, só mesmo um dos seus companheiros de fuga (que entretanto tinham também somado pontos durante a fuga) lhe poderiam chegar.
No pelotão a Astana apertava o ritmo. Paulinho ia para a frente e fazia reduzir um pouco a vantagem dos fugitivos, que, no entanto, à passagem por Andorra La Vella, se mantinha no limite da dúvida: cerca de10 minutos. Daria para enfrentar os 10 quilómetros finais? Talvez, mas só se, lá atrás, os favoritos não começassem a “mexer” na corrida.
ATAQUES DECISIVOS
Já na subida, o vento soprava de frente. As dificuldades eram ainda maiores para os ciclistas fugitivos. Num grupo reduzido, quase todos eram obrigados a uma exposição ao vento e, aos poucos, alguns começaram a ceder, particularmente após vários ataques de Riblon da AG2R. Entre os mais resistentes contava-se o jovem Brice Feillu – mais conhecido até hoje por ser o irmão mais novo de Roman Feillu. Ficavam também o veterano Nocentini da mesma equipa de Riblon, Kern da Cofidis e Fröhlinger da Milram. Um lote pequeno do qual iria sair o vencedor da tirada.
No pelotão, Cancellara cedia. A Camisola Amarela despedia-se da Saxo Bank. A AG2R, sabendo disso, parou então os ataques e centrou o objectivo em tentar levar Nocentini à Amarela. Aproveitando o facto, Brice Feillu, o jovem da Agritubel decidiu tentar a sua sorte e fugiu. Depressa ganhou 200 metros que nunca mais seriam anulados.
Entre os favoritos a situação era diferente: ninguém atacava. O grupo ia ficando cada vez mais escasso, um facto que se devia apenas às dificuldades da própria subida. Quase parecia que se iria viver um total anti-climax. Mas não. Seria Cadel Evans a dar o tiro de partida para o momento alto da tirada. O Australiano, com muito tempo perdido até agora, tinha de tentar fazer a diferença. Evans atacou mas a resposta foi pronta por parte dos Astana e por um momento tudo voltou ao normal. Mas apenas por um momento… repentinamente, que nem uma flecha, apareceu Alberto Contador... e nunca mais ninguém o viu.
CONTADOR DOMINA EM DIA DE ESTREIAS
Contador terminaria em 9º com vantagem de mais de 20 segundos sobre Armstrong, o que lhe permite agora ser 2º da geral… mas 1º da Astana. Para Feillu, um prémio extra neste ano de estreia: com a vitória na etapa viriam também os pontos suficientes para ser novo líder da Classificação da Montanha. Rinaldo Nocentini, seria 4º com 3 minutos de avanço sobre Contador e assim ganharia a aposta da sua equipa chegando à Amarela, também no seu ano de estreia no Tour.
CLASSIFICAÇÃO ETAPA
1 Brice Feillu (França) Agritubel 6:11:31
2 Christophe Kern (França) Cofidis 0:05
3 Johannes Fröhlinger (Alemanha) Team Milram 0:25
4 Rinaldo Nocentini (Itália) AG2R La Mondiale 0:26
5 Egoi Martinez De Esteban (Espanha) Euskaltel - Euskadi 0:45
6 Christophe Riblon (França) AG2R 1:05
7 Jérôme Pineau (França) Quick Step 2:32
8 José Ivan Gutierrez Palacios (Espanha) Caisse d'Epargne 03:14
9 Alberto Contador Velasco (Espanha) Astana 3:26
10 Cadel Evans (Austrália) Silence - Lotto 3:47
CLASSIFICAÇÃO GERAL
1 Rinaldo Nocentini (Itália) AG2R 25:44:32
2 Alberto Contador Velasco (Espanha) Astana 0:06
3 Lance Armstrong (Estados Unidos) Astana 0:08
4 Levi Leipheimer (Estados Unidos) Astana 0:39
5 Bradley Wiggins (Grã Bretanha) Garmin - Slipstream 0:46
6 Andreas Klöden (Alemanha) Astana 0:54
7 Tony Martin (Alemanha) Team Columbia - HTC 1:00
8 Christian Vande Velde (Estados Unidos) Garmin - Slipstream 1:24
9 Andy Schleck (Luxemburgo) Team Saxo Bank 1:49
10 Vincenzo Nibali (Itália) Liquigas 1:54
…
90 Sergio Paulinho (PORTUGAL) Astana 12 :18
116 Rui Costa (PORTUGAL) Caisse d'Epargne 23 :23
Sem comentários:
Enviar um comentário