terça-feira, 7 de julho de 2009

Tour de France etapa 4

A vitória do "quase"


A vitória do "quase"

"Swiss timing" - foram as 1ªs palavras de Cancellara após saber que mantinha a Amarela por uma mínima fracção de segundo. A vitória da Astana não chegou para que Armstrong voltasse a ser líder do Tour 4 anos depois.

Etapa 4 - Foi um contra-relógio por equipas (CRE) emocionante. 39 kms de expectativa quanto a quem estaria na liderança da corrida após a 4ª etapa. Cancellara (Saxo Bank) partia com vantagem escassa sobre toda a concorrência. Perto do Suíço e com boas hipóteses de chegar à frente da geral estavam Tony Martin (Columbia) a 33’’, Armstrong (Astana) a 40’’ e Bradley Wiggins (Garmin) a 1 minuto exacto. Foi, portanto, com alguma emoção que se foi assistindo ao desfilar dos tempos destas quatro equipas.

COLUMBIA CANSADA

Cedo se viu que a Columbia iria ser a pior das quatro equipas que lutavam pela Amarela. O esforço do dia anterior talvez tenha estado na origem de uma menos boa prestação. Nem de perto nem de longe os tempos da Columbia se aproximavam dos tempos necessários para retirar a Amarela a Cancellara. O Suíço, por seu turno, ia fazendo um esforço notável. Autêntica locomotiva da sua equipa, passava pela frente mais tempo e mais vezes que qualquer dos seus companheiros.

CANCELLARA RESPONDE À GARMIN

A Garmin chegou a ter o melhor tempo. Colocando em prática uma táctica não muito usual, deixaram para trás 4 dos elementos da equipa ainda antes do meio do percurso. Apenas 5 – os melhores contra o relógio – seguiram na frente, fazendo assim o número certo para o registo de tempo (nos CRE regista-se o tempo do 5º homem). Menos homens, no entanto, não significaram pior tempo e, quando a meta chegou, a Garmin conseguiria ultrapassar o tempo surpreendente da Liquigas que até então era o melhor. Seria suficiente para roubar o 1º da geral a Cancellara? Não. Aliás, a dúvida nem se chegou a colocar. Só uma hecatombe poderia fazer com que a Saxo Bank perdesse um minuto para a Garmin.

ASTANA AO ATAQUE E...

Com a Garmin e a Columbia fora da luta, restava a Astana. A Astana de Lance e Alberto. A Astana que parecia desunida à partida e que enfrentava o exercício colectivo por excelência no ciclismo, o CRE. Haveria unidade em torno de um objectivo comum? E qual era esse objectivo? Armstrong partia a 40'' de Cancellara. Se a Astana ganhasse um segundo por quilómetro o Norte-Americano seria líder do Tour 4 anos após o abandono - um momento histórico.

...ARMSTRONG QUASE DE AMARELO!

Os parciais eram ameaçadores para Cancellara. A Astana estava tirar tempo na medida exacta de modo a permitir a Armstrong chegar a 1º. Contador não poupava esforços. Se era certo que trabalhava para si, porque ia ganhando tempo aos rivais de outras equipas, também era certo que contribuía para o prémio que Lance tanto procurava. E foi ao segundo, curva a curva que fomos seguindo o tempo da Astana. A 100 metros da meta ainda não havia certeza. A 50 também não... a 20, a 10… sobre a meta? Nem mesmo sobre a meta… A Astana fazia 40 segundos menos que a Saxo Bank: Armstrong e Cancellara estavam empatados! Foi apenas recorrendo às fracções de segundo se conseguiu definir o líder após a 4ª etapa: Cancellara mantinha a Camisola Amarela.

Até onde irá? Barcelona, com uma chegada a subir pode ser o limite… ou não.

OUTRAS NOTAS

Destaques ainda para as muitas quedas provocadas pelo vento aliado a estradas muito sinuosas e em mau piso. Pela negativa notou-se a prestação da Lotto de Evans que começa a parecer longe demais para a vitória em Paris – terá de atacar. Também Menchov perdeu mais tempo num dia fraco da Rabobank – terá também de atacar… se conseguir. Nota positiva para a Liquigas de Nibali e de Kreuziger e a Cervelo de Sastre. Os 3 estão bem dentro da corrida.

PORTUGUESES BEM

Uma nota ainda para o trabalho fantástico de Sérgio Paulinho que se manteve no grupo dos resistentes da Astana, conquistando uma vitória na Volta a França e subindo a um excelente 11º lugar.

Também de notar a boa prestação de Rui Costa. A equipa da Caisse D'Epargne teve o melhor tempo durante boa parte do CRE e acabou relativamente bem. Rui Costa sobre ao 42º posto da geral e é 7º na Juventude a pouco mais de 2 minutos de Tony Martin.

CLASSIFICAÇÃO ETAPA:

1 Astana 0:46:29

2 Garmin - Slipstream 0:00:18

3 Team Saxo Bank 0:00:40

4 Liquigas 0:00:58

5 Team Columbia-HTC 0:00:59

6 Team Katusha 0:01:23

7 Caisse d'Epargne 0:01:29

8 Cervelo Test Team 0:01:38

9 AG2R-La Mondiale 0:01:49

10 Euskaltel - Euskadi 0:02:10

11 Rabobank 0:02:21

12 Quick Step 0:02:26

13 Silence - Lotto 0:02:36

CLASSIFICAÇÃO GERAL

1 Fabian Cancellara (Suiça Team Saxo Bank 10:38:07

2 Lance Armstrong (Estados Unidos) Astana

3 Alberto Contador Velasco (Espanha) Astana 0:00:19

4 Andreas Klöden (Alemanha) Astana 0:00:23

5 Levi Leipheimer (Estados Unidos ) Astana 0:00:31

6 Bradley Wiggins (Grã Bretanha) Garmin - Slipstream 0:00:38

7 Haimar Zubeldia Aguirre (Espanha) Astana 0:00:51

8 Tony Martin (Alemanha) Team Columbia - HTC 0:00:52

9 David Zabriskie (Estados Unidos) Garmin - Slipstream 0:01:06

10 David Millar (Grã Bretanha) Garmin - Slipstream 0:01:07

11 Sergio Paulinho (PORTUGAL) Astana 0:01:16

12 Christian Vande Velde (Estados Unidos) Garmin – Slipstream

13 Gustav Erik Larsson (Suécia) Team Saxo Bank 0:01:22

14 Maxime Monfort (Bélgica) Team Columbia - HTC 0:01:29

15 Roman Kreuziger (República Checa) Liquigas 0:01:31



Mesmo antes de uma etapa tão importante do tour, o Lance ainda tem tempo para uma pequena brincadeira com o Ben Stiller...



Ben on Lance's TT Bike Before Stage 4 -- powered by http://www.livestrong.com


Stage 4 results: Astana wins the the Team Time Trial; Armstrong misses the Yellow Jersey by a fraction of a second



Stage 4 Results

1 Astana                   0:46:29
2 Garmin-Slipstream + 00:18
3 Saxo-Bank + 00:40
4 Liquigas + 00:58
5 Columbia-HTC + 00:59
General Classification after Stage 4:












Stage 4 Reaction With Lance -- powered by http://www.livestrong.com

Sem comentários: