quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

#1 Open de Espanha XCR - Trofeu Trek 12 Wild Wolf Series

Sónia Lopes vence a etapa #1 do Open de Espanha - Trofeu Trek 12 Wild Wolf Series


Foi a 4 de Fevereiro em Gilena - Sevilla, que iniciei o meu 2012 e não o poderia ter feito de melhor forma. Encarei a participação na primeira etapa do Open de Espanha XCR - Trofeu Trek 12 Wild Wolf Series como um treino de longa duração e preparação para os principais objectivos da época. O desafio de competir além-fronteiras procurando aprender, evoluir e aperfeiçoar-me enfrentando concorrência forte e constante era a motivação que faltava para subir mais um degrau na minha carreira desportiva e parte dos meus objectivos de longa data. Uma vez mais o inesperado que sempre me acompanha voltou a atacar e foi na última hora que decidi enfrentar este desafio, por isso mesmo só agora vos dou conhecimento do sucedido.
A viagem de 600 km e o frio foram os inimigos que mais limitaram a minha prestação. Em Gilena encontrei um circuito 100% ciclável como mandam as regras, divertido e carregado de pedra a relembrar os meus tempos de XCO e o nosso circuito de Porto de Mós. Todo o aparato e estrutura envolvente à prova era de grande nível e apesar de ser estrangeira senti-me em casa e muito bem tratada, é de elogiar o respeito entre ciclistas no pelotão da resistência espanhola, um exemplo a seguir. A grande diferença de competir em Espanha é que o público vibra aplaude e incentiva todos os concorrentes sejam gordos ou magros, pretos ou brancos, portugueses ou espanhóis em último ou em primeiro o entusiasmo daquela gente é contagiante e será um prazer se conseguir voltar a reunir as condições necessárias para lá voltar.
Ainda durante o brefing encontrei-me com Fernando Boada, que esteve até há bem pouco tempo à frente da Canyon Espanha. Ser reconhecida a 600 kms de casa no meio de tantos concorrentes é uma agradável surpresa proporcionada apenas pela aposta que a Canyon fez na minha carreira.
Com muito frio e algum vento consegui gerir os primeiros km da melhor forma e sentir o pulso à concorrência, aguerrida, dura e nada simpática, mas enfim não estava lá para fazer amigos, pois esses tinham ficado em casa incentivando apoiando e aconselhando via redes sociais e telefone, incentivos e conselhos muito estimados que me eram transmitidos a cada passagem na zona de assistência aquecendo-me a alma e fazendo-me acreditar.
Durante as 4 primeiras voltas senti na pele a desvantagem das rodas 26 em relação às 29, não é fácil acompanhar o embalo mas lá consegui encontrar o meu ritmo e gerir uma prova que não é a "minha", 12 horas são metade de 24 e o ritmo não é o dobro mas pouco falta. Sabia que a chegada da noite trazia a descida de temperatura como factor negativo mas o acumular de cansaço da concorrência e o factor condução nocturna onde sabia estar em vantagem pela experiência em 24 horas e pelos 1500 Lumens cortesia da Natural Shine que uma vez mais aposta em mim. Ataquei forte durante o período de transição do dia para a noite e errei, não controlei a ansiedade de alcançar o primeiro posto, arrisquei e não consegui evitar a queda no meio das pedras, felizmente a vantagem que já tinha nessa altura permitiu manter o segundo lugar e tentar recuperar a liderança. A queda levou-me o bloqueio da suspensão e trouxe-me mais dor. Entrava na fase do tudo ou nada na fase das questões e das duvidas, apesar de tudo sentia-me bem. Com a colaboração da Velofit que encontrou a posição ideal na bicicleta a análise da Clínica de Podologia Dr. Pé e as horas de massagem do Vitor Carapelho as dores habituais são parte do passado. 
Aliada à melhor escolha dos pneus para este traçado, os Kenda Karma em conjunto com as já inseparáveis rodas Prototype que receberam imensos elogios por parte do público, a "hermosa" Canyon esteve irrepreensível e facturou mais uns pontos para o teste que em breve publicarei.
Estava em Espanha a 600 km de casa tinha os "meus" todos a torcer por mim, o Martim agora com 18 meses embrulhado em cobertores na zona de assistência a vibrar com a mãe e o segundo lugar sabia a pouco. Foi então que dei tudo o que tinha e tudo ficou naquele circuito, tudo menos a camisola de líder, essa trouxe-a comigo para todos nós. Confesso que ser Portuguesa é um orgulho mas a rivalidade Portugal / Espanha é coisa que não me assiste e não foi o facto de estar a competir em Espanha que me motivou, foram vocês portanto a culpa desta vitória é toda vossa.
Segundo palavras do meu mentor Pedro Maia, ainda vamos a meio da preparação e como ele diz LIVE, LOVE, RIDE ; )



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